A MOÇA QUE NAMOROU COM O BODE

Cordel de Ari evaldo lima. Ilustração: Klévisson viana.
Nas brenhas do Ceará Nos cafundós do sertão Morava uma cachimbeira E um bode de estimação. Essa famosa parteira Que tinha saber profundo Trazia, com suas mãos, Os inocentes pro mundo (mas também Dona Zefinha Com o chá da cabacinha Fazia trabáio imundo). Conhecia toda planta- jiló, juá, pepaconha (preparou muita cilada Mode impatá a cegonha). Digo pruquê fiz estudo: Só pecado cabeludo Tinha a véia sem vergonha! Mas vâmo dexá a Zefa Com seu chá de cabacinha Móde mostrá a famia Dessa partêra mesquinha. Essa aqui toda coquete, Cum seu jeitim de vedete, É sua fia chiquinha. Para narrar esse causo Pelas escadas da régua,Vou amostrá o cabôco Que vivi coaquela égua. Apresento aos pessoá Esse véio radicá Que é sêo Chico Berduégua.